CFOP: o que é, para que serve e tabela

Compartilhar conteúdo

Se você já ouviu falar em CFOP, mas não sabe exatamente o que significa, está no lugar certo. O Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) é essencial para empresas que emitem notas fiscais no Brasil, ajudando a identificar o tipo de operação realizada. 

O CFOP aparece em todas as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) e é usado para organizar a movimentação de mercadorias e serviços. Ele impacta diretamente a contabilidade e os impostos, sendo crucial para manter sua empresa em conformidade com a Receita Federal. 

Neste artigo, você vai entender como o CFOP funciona, por que ele é tão importante e como escolher o código certo para cada operação.

O que é CFOP?

O CFOP, ou Código Fiscal de Operações e Prestações, é um código numérico que identifica a natureza de uma operação comercial ou de serviço no Brasil.

Ele foi criado para padronizar a classificação de transações, como vendas, devoluções, transferências ou prestações de serviços, e é obrigatório em notas fiscais. Cada código descreve o tipo de movimentação e se ela gera ou não impostos.

Esse código é definido pela Receita Federal e pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), sendo usado em todo o território nacional. Ele ajuda a Receita a monitorar as operações das empresas e garante que os tributos sejam calculados corretamente.

Quem precisa usar CFOP?

O uso do CFOP é obrigatório para todas as empresas que emitem notas fiscais, incluindo:

  • Empresas do Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real: qualquer negócio que comercializa produtos ou serviços e emite NF-e ou NFC-e deve incluir o CFOP.
  • Microempreendedores Individuais (MEIs): MEIs que emitem notas fiscais para vendas de produtos ou serviços também precisam usar o CFOP.
  • Importadores e exportadores: operações de comércio exterior exigem CFOP para classificar entradas e saídas de mercadorias.

Se sua empresa realiza qualquer transação comercial, o CFOP será necessário. Saiba mais sobre o tema em: CFOP na nota fiscal: o que é?

Para que serve o CFOP?

O CFOP tem como objetivo principal classificar as operações de uma empresa para facilitar a gestão fiscal e contábil. Ele informa à Receita Federal e às Secretarias da Fazenda (Sefaz) o que está sendo movimentado, se há incidência de impostos e qual a origem ou destino da operação. Sem o CFOP, a nota fiscal pode ser rejeitada, causando problemas fiscais.

Além disso, o código ajuda a manter a transparência nas transações, permitindo que o governo acompanhe a circulação de mercadorias e serviços. Ele também auxilia contadores a organizar os registros financeiros da empresa.

Classificação de entradas e saídas de mercadorias e serviços

O CFOP classifica as operações em dois grandes grupos:

  • Entradas: Movimentações em que a empresa recebe mercadorias ou serviços, como compras de fornecedores ou devoluções de clientes.
  • Saídas: Movimentações em que a empresa envia mercadorias ou presta serviços, como vendas ou transferências entre filiais.

Por exemplo, uma compra de matéria-prima usa um CFOP de entrada (ex.: 1.102), enquanto uma venda para um cliente usa um CFOP de saída (ex.: 5.102).

Implicações fiscais e contábeis do uso do código

O CFOP impacta diretamente o cálculo de impostos, como ICMS, IPI, PIS e COFINS. Cada código determina:

  • Se há incidência de tributos: alguns CFOPs indicam operações isentas ou com alíquotas reduzidas.
  • Qual tributo aplica-se: um CFOP de venda dentro do estado pode ter ICMS diferente de uma venda interestadual.
  • Contabilização: O código orienta o contador sobre como registrar a operação nos livros fiscais.

Um CFOP errado pode levar a cálculos tributários incorretos, resultando em multas ou pagamento de impostos a maior, ou a menor.

Estrutura do código CFOP

O CFOP é composto por quatro dígitos, divididos em uma estrutura que descreve a natureza da operação. Entender cada número é essencial para escolher o código certo.

Significado de cada número e como interpretar

  • 1º dígito: indica se é uma operação de entrada (1, 2, 3) ou saída (5, 6, 7).
    • 1 e 5: Operações dentro do estado.
    • 2 e 6: Operações interestaduais.
    • 3 e 7: Operações de importação/exportação.
  • 2º dígito: representa o grupo da operação (ex.: compras, vendas, devoluções).
  • 3º e 4º dígitos: detalham a operação específica, como tipo de produto ou serviço.

Por exemplo, o CFOP 5.102 significa:

  • 5: Saída.
  • 1: Venda.
  • 02: Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros.

Diferença entre CFOP de entrada e saída

  • CFOP de entrada (1.xxx, 2.xxx, 3.xxx): Usado quando a empresa recebe algo, como comprar estoque (1.102) ou receber uma devolução (1.201). Exemplo: Uma loja compra camisetas de um fornecedor e usa o CFOP 1.102.
  • CFOP de saída (5.xxx, 6.xxx, 7.xxx): Usado quando a empresa entrega algo, como vender produtos (5.102) ou transferir mercadorias (5.949). Exemplo: A mesma loja vende as camisetas e usa o CFOP 5.102.

A escolha correta entre entrada e saída evita inconsistências fiscais.

Exemplos de CFOP por tipo de operação

Para entender melhor, veja exemplos práticos de CFOPs comuns:

Venda para cliente final

  • CFOP 5.102: venda de mercadoria adquirida para revenda, dentro do estado.
    Exemplo: Uma loja de roupas vende uma camiseta para um cliente em São Paulo. O CFOP 5.102 é usado na NF-e, indicando uma venda tributada dentro do estado.

Devolução

  • CFOP 1.201: devolução de venda de mercadoria, dentro do estado.
    Exemplo: O cliente devolve a camiseta porque não serviu. A loja emite uma nota de devolução com o CFOP 1.201, registrando a entrada da mercadoria de volta ao estoque.

Transferência entre filiais

  • CFOP 5.949: transferência de mercadoria entre estabelecimentos da mesma empresa, dentro do estado.

Exemplo: Uma rede de supermercados transfere produtos de uma loja em Campinas para outra em São Paulo. O CFOP 5.949 é usado, indicando que não há venda, apenas movimentação interna.

O que acontece se o CFOP for usado incorretamente?

Usar o CFOP errado pode causar problemas sérios para sua empresa, desde rejeição de notas fiscais até penalidades fiscais.

Multas, inconsistência fiscal, problemas com a Sefaz

  • Rejeição da NF-e: a Sefaz pode recusar a nota fiscal se o CFOP não corresponder à operação, impedindo a venda ou entrega.
  • Multas: erros no CFOP podem ser considerados infrações fiscais, com multas que variam de 1% a 10% do valor da operação, dependendo do estado.
  • Inconsistências fiscais: um CFOP errado pode levar a cálculos tributários incorretos, como pagar menos ICMS ou não aproveitar créditos fiscais.
  • Auditorias: a Receita Federal pode questionar operações com CFOPs inadequados, exigindo correções e documentos adicionais.

Por exemplo, usar um CFOP de venda (5.102) em vez de devolução (1.201) pode fazer a Sefaz entender que houve uma nova venda, gerando tributação indevida.

Como consultar e escolher o CFOP correto?

Escolher o CFOP certo exige atenção à operação realizada e consulta a fontes confiáveis.

Tabela CFOP oficial e ferramentas online

  • Tabela CFOP oficial: disponível no site da Receita Federal, do Confaz ou em sistemas como o SINTEGRA. Ela lista todos os códigos e suas descrições, organizada por grupos (entradas e saídas). Exemplo: O grupo 5.100 inclui vendas dentro do estado, enquanto 6.100 inclui vendas interestaduais.
  • Ferramentas online: softwares de gestão fiscal, oferecem busca automática de CFOPs com base na operação. Sites como o da Sefaz de cada estado também ajudam.
  • Apoio contábil: um contador pode confirmar o CFOP correto, especialmente para operações complexas, como importações ou isenções.

Dica: Sempre verifique a descrição do CFOP na tabela oficial para garantir que ele corresponde à operação.

Como evitar erros e manter sua empresa em conformidade fiscal

Para garantir o uso correto do CFOP e evitar problemas fiscais, siga estas práticas:

  1. Treine sua equipe: ensine quem emite notas fiscais a entender a diferença entre CFOPs de entrada e saída.
  2. Use sistemas automatizados: softwares de emissão de NF-e, validam CFOPs automaticamente, reduzindo erros.
  3. Consulte a tabela oficial: antes de emitir a nota, cheque o código na tabela CFOP para confirmar se é o correto.
  4. Conte com um contador: um profissional pode revisar as notas fiscais e orientar sobre CFOPs em operações específicas.
  5. Atualize-se: a tabela CFOP pode mudar, então acompanhe atualizações no site da Receita Federal ou da Sefaz.

Você é MEI? Veja agora: MEI e Contabilidade: 7 cuidados e recomendações.

Conclusão

O CFOP é uma ferramenta essencial para qualquer empresa que emite notas fiscais, garantindo que as operações comerciais sejam classificadas corretamente e os impostos sejam calculados com precisão.

Entender sua estrutura, escolher o código certo e evitar erros são passos fundamentais para manter a conformidade fiscal e evitar multas. Com as dicas, você está mais preparado para usar o CFOP no dia a dia e manter sua empresa no caminho certo.

Quer evitar erros na sua nota fiscal? Conheça o ClickNotas e automatize a emissão com segurança.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdos relacionados

Emissão de todas as suas notas fiscais em um só lugar

Emita NF-e, NFS-e, CT-e e MDF-e de forma ilimitada em um sistema 100% online. 

Teste grátis!

Índice