Emissão de CNPJ: quem precisa?

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Abrir um negócio no Brasil envolve uma série de decisões e burocracias, e uma das primeiras é a emissão do CNPJ. Para muitos, esse número pode parecer apenas um registro formal, mas ele é essencial para garantir que a atividade da empresa seja reconhecida legalmente.

Afinal, o CNPJ não é apenas um "documento de empresa", mas sim a chave que permite operar dentro da legalidade, emitir notas fiscais, contratar funcionários, abrir uma conta bancária empresarial, entre outras ações fundamentais.

Neste artigo, vamos te mostrar quem realmente precisa emitir um CNPJ, por que ele é obrigatório em várias situações e quais são os riscos de operar na informalidade. Também vamos abordar, com linguagem clara e acessível, o que é o CNPJ, como ele funciona e como você pode obtê-lo passo a passo.

O que é o CNPJ e para que ele serve?

Ao abrir uma empresa ou formalizar qualquer tipo de atividade econômica no Brasil, uma das primeiras exigências legais é a obtenção do CNPJ. Mas, para além da burocracia, entender o que esse número realmente representa é fundamental para quem deseja empreender de forma segura e dentro da legalidade.

O CNPJ não é apenas um código de identificação fiscal. Ele serve como base para o funcionamento legal de qualquer pessoa jurídica, seja uma microempresa, uma startup, um autônomo formalizado como MEI ou até mesmo uma grande corporação. Com ele, é possível emitir notas fiscais, contratar funcionários, abrir contas bancárias empresariais e cumprir obrigações tributárias.

A seguir, vamos explorar mais a fundo o que é o CNPJ e por que ele é obrigatório para empresas que desejam atuar no mercado formal.

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)

O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) é um número único e obrigatório, emitido pela Receita Federal, que identifica uma empresa ou entidade perante o governo brasileiro.

Esse número, composto por 14 dígitos (ex: 12.345.678/0001-90), contém informações importantes sobre a pessoa jurídica, como:

  • Razão social e nome fantasia
  • Endereço da sede
  • Atividades econômicas (CNAE)
  • Situação cadastral
  • Natureza jurídica (MEI, LTDA, EIRELI, etc.)

Ter um CNPJ ativo é o que diferencia um negócio formal de uma atividade informal. É por meio dele que a empresa passa a existir oficialmente, podendo atuar legalmente em diferentes frentes: emitir notas fiscais, participar de licitações, contratar serviços, acessar crédito, entre outros.

Além disso, o CNPJ é exigido por quase todas as instituições financeiras, plataformas digitais e grandes empresas no momento da contratação de serviços ou fornecimento de produtos. Isso faz com que o cadastro seja também um sinal de credibilidade e segurança no mercado.

Por que o CNPJ é obrigatório para empresas

A obrigatoriedade do CNPJ existe porque ele é o registro oficial de qualquer atividade empresarial. Sem ele, uma empresa não pode operar legalmente — o que inclui desde obrigações fiscais e tributárias, até a possibilidade de emitir notas fiscais e contratar legalmente funcionários.

Confira os principais motivos que tornam o CNPJ obrigatório:

  1. Cumprimento das obrigações fiscais

Sem um CNPJ, a empresa não consegue recolher impostos de forma legal nem acessar regimes tributários como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Além disso, obrigações acessórias como SPED, DCTF ou DAS (no caso de MEI) são todas vinculadas ao CNPJ.

  1. Emissão de notas fiscais

Emitir nota fiscal é obrigatório na maioria das operações comerciais e de prestação de serviços, e só pode ser feito com um CNPJ ativo. Sem isso, a empresa atua à margem da legalidade e pode ser penalizada por sonegação.

  1. Contratação de funcionários

Para registrar colaboradores no regime CLT, a empresa precisa de um CNPJ. Isso inclui a geração de folhas de pagamento, encargos sociais e cumprimento de leis trabalhistas.

  1. Acesso a contas bancárias e crédito PJ

O CNPJ é exigido por bancos para a abertura de contas empresariais e contratação de produtos como:

  • Empréstimos empresariais
  • Financiamentos
  • Maquininhas de cartão
  • Emissão de boletos bancários
  1. Participação em licitações públicas

Empresas que desejam fornecer serviços ou produtos ao governo, seja em nível municipal, estadual ou federal, devem possuir CNPJ ativo e regular para participar de processos licitatórios.

  1. Reputação e confiança no mercado

Além dos aspectos legais, o CNPJ funciona como um selo de seriedade e profissionalismo. Muitos fornecedores, parceiros e clientes só fecham negócio com empresas formalizadas.

Conheça também: “O que é Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)?”

Quem precisa emitir um CNPJ?

A emissão do CNPJ é obrigatória para qualquer pessoa ou grupo que deseje exercer uma atividade econômica de forma legalizada no Brasil. Isso vale tanto para quem pretende abrir uma empresa quanto para profissionais que prestam serviços com emissão de nota fiscal.

Na prática, o CNPJ é necessário sempre que há uma relação comercial formal entre partes,  seja na venda de produtos, na prestação de serviços ou na atuação junto a instituições públicas ou privadas.

Abaixo, explicamos os principais perfis que precisam emitir o CNPJ e em quais contextos isso se aplica.

MEIs, MEs, EPPs e demais tipos de empresa

A maioria dos negócios que atuam no Brasil precisa de um CNPJ para funcionar. Isso vale para empresas de todos os portes e naturezas jurídicas, como:

  • MEI (Microempreendedor Individual): é a forma mais simplificada de formalização, indicada para quem fatura até R$ 81 mil por ano e atua sozinho, sem sócios. Ao se registrar como MEI, o CNPJ é gerado automaticamente.
  • ME (Microempresa): empresas com faturamento anual de até R$ 360 mil. Exigem contrato social e registro na Junta Comercial, e a emissão do CNPJ ocorre após o deferimento do processo de abertura.
  • EPP (Empresa de Pequeno Porte): com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões por ano, também precisam de CNPJ, e podem optar por regimes tributários como o Simples Nacional.
  • LTDA, EIRELI, S.A. e outros modelos societários: todos os tipos de empresa que envolvem sociedade, capital social ou estrutura jurídica mais complexa precisam obrigatoriamente de CNPJ para existir legalmente.

Além dessas, organizações como associações, cooperativas, fundações, ONGs e entidades religiosas também precisam emitir CNPJ para exercer suas atividades formais. O que muda de uma para outra é o tipo de documentação exigida, o processo de registro e os direitos e deveres tributários que acompanham cada modelo.

Importante: mesmo empresas inativas ou que não realizam movimentações financeiras devem manter seu CNPJ regularizado, informando isso à Receita Federal anualmente.

Profissionais autônomos que emitem notas fiscais

Muitos profissionais que atuam por conta própria, sem vínculo empregatício, também precisam emitir um CNPJ, principalmente quando desejam emitir nota fiscal ou atender clientes PJ (empresas).

Alguns exemplos comuns:

  • Designers, programadores e redatores freelancers
  • Consultores de negócios, marketing ou TI
  • Psicólogos, coaches, terapeutas e educadores
  • Fotógrafos, produtores de vídeo, ilustradores
  • Profissionais de eventos (cerimonialistas, DJs, decoradores)

Nesses casos, o profissional pode optar por:

  • Se formalizar como MEI (se sua atividade estiver permitida na tabela do MEI e respeitar o limite de faturamento)
  • Abrir uma empresa individual (EI ou SLU) caso a atividade não seja permitida no MEI ou envolva faturamento mais elevado

A formalização com CNPJ permite:

  • Emissão de nota fiscal eletrônica
  • Acesso a benefícios previdenciários
  • Credibilidade perante os clientes
  • Participação em licitações ou contratos maiores
  • Possibilidade de abrir conta bancária PJ

Mesmo que o profissional atue de forma remota, como freelancer ou consultor online, a exigência do CNPJ se aplica caso ele emita notas ou preste serviços com frequência.

Quando emitir o CNPJ é indispensável?

Embora muitas pessoas começam suas atividades econômicas de forma informal, há diversos cenários em que emitir o CNPJ deixa de ser uma escolha e passa a ser uma obrigação legal e operacional.

Essas situações vão desde a necessidade de emitir nota fiscal até exigências de parceiros comerciais, instituições financeiras ou órgãos públicos. Ignorar essas obrigações pode trazer riscos fiscais, limitações comerciais e até multas aplicadas pela Receita Federal ou pelo município.

Abaixo, detalhamos os contextos mais comuns em que a emissão do CNPJ é indispensável para garantir a legalidade e o funcionamento do negócio.

Situações legais e operacionais obrigatórias

A seguir, veja os principais cenários em que a legislação brasileira exige a formalização com CNPJ:

  1. Exercer atividade econômica de forma contínua

Se você realiza vendas ou presta serviços de forma habitual e com fins lucrativos, a formalização como pessoa jurídica é obrigatória. Isso inclui desde pequenas lojas online até prestadores de serviços recorrentes.

Exemplo: um designer gráfico que presta serviços mensais a empresas e recebe pagamentos regulares já configura uma atividade econômica contínua, o que exige CNPJ.

  1. Contratar funcionários

Para ter colaboradores registrados em carteira (CLT), é necessário um CNPJ ativo. É por meio dele que a empresa recolhe os encargos sociais, emite a folha de pagamento e cumpre suas obrigações com o INSS e o FGTS.

  1. Participar de licitações ou fornecer para o setor público

A venda de produtos ou serviços para órgãos públicos exige, por lei, a existência de um CNPJ regular, com situação ativa e sem pendências. Empresas sem esse registro não conseguem sequer se inscrever em editais.

  1. Acesso a regimes tributários

A adesão a regimes como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real depende da existência do CNPJ. Sem ele, o contribuinte não consegue apurar e pagar os tributos da forma correta, o que configura infração fiscal.

  1. Formalização junto a entidades de classe ou regulamentação

Algumas profissões exigem registro em conselhos ou entidades de classe (como OAB, CRM, CREA). Em muitos casos, esse registro só é possível com a apresentação do CNPJ da empresa ou escritório individual.

Emissão de notas fiscais e abertura de conta PJ

Do ponto de vista operacional, o CNPJ também é indispensável em diversas ações do cotidiano empresarial:

Emissão de nota fiscal

Se você presta serviços ou vende produtos para pessoas jurídicas, será solicitado que emita nota fiscal eletrônica (NF-e) e, para isso, é obrigatório ter um CNPJ ativo.

Muitos marketplaces, plataformas de pagamento e empresas contratantes não fecham negócio com quem não emite nota fiscal, o que acaba limitando seu potencial de crescimento no mercado.

Abertura de conta bancária PJ

A maioria dos bancos exige o CNPJ para:

  • Abrir contas empresariais (conta PJ)
  • Solicitar maquininhas de cartão
  • Emitir boletos
  • Acessar crédito empresarial

Além disso, operações como a separação das finanças pessoais e empresariais são facilitadas quando você possui uma conta jurídica vinculada ao seu CNPJ.

Dica prática: Mesmo que sua empresa seja de pequeno porte ou você atue sozinho como MEI, ter uma conta PJ com CNPJ facilita a organização financeira, a gestão de fluxo de caixa e o acesso a linhas de crédito específicas.

 Veja também: “Guia completo da NF-e: tudo que você precisa saber”.

Como emitir um CNPJ: passo a passo

Emitir um CNPJ é o primeiro passo para quem deseja formalizar uma atividade econômica no Brasil, seja como autônomo, MEI, microempresa ou sociedade limitada. O processo pode parecer burocrático à primeira vista, mas com a documentação correta e atenção às etapas, é possível abrir sua empresa de forma segura e, em muitos casos, até gratuita.

A seguir, você confere o passo a passo completo para emissão do CNPJ, incluindo os documentos exigidos, onde iniciar o processo e dicas práticas para quem está começando agora.

Documentação necessária

A documentação pode variar conforme o tipo de empresa que você deseja abrir (MEI, EI, LTDA, etc.), mas de forma geral, os documentos básicos incluem:

Documentos pessoais (de todos os sócios, quando houver):

  • RG e CPF
  • Comprovante de residência atualizado
  • Certidão de casamento (caso o nome civil tenha sofrido alteração)

Documentos da empresa:

  • Contrato Social (para sociedades)
  • Requerimento de empresário (para EI)
  • Nome fantasia e razão social
  • Atividades econômicas (CNAEs)
  • Endereço comercial
  • Capital social

Importante: o MEI não exige contrato social, nem contador. Para as categorias acima, recomenda-se apoio contábil.

Etapas no site da Receita Federal e da Junta Comercial

O processo de abertura do CNPJ envolve duas etapas principais: o cadastro junto à Receita Federal e o registro da empresa na Junta Comercial do seu estado.

Etapa 1 – Coleta de dados e preenchimento do DBE

  1. Acesse o site da Receita Federal (gov.br/receitafederal)
  2. Preencha o DBE (Documento Básico de Entrada) através do Coletor Nacional
  3. Indique a natureza jurídica, CNAEs e dados dos sócios
  4. Imprima o recibo e salve o número do protocolo

Etapa 2 – Registro na Junta Comercial

  1. Acesse o portal da Junta Comercial do seu estado
  2. Faça o cadastro prévio da empresa com base no DBE
  3. Anexe os documentos exigidos (Contrato Social, RG/CPF, etc.)
  4. Pague as taxas estaduais
  5. Aguarde a análise e aprovação dos órgãos envolvidos

Após o deferimento, o CNPJ será gerado automaticamente e poderá ser consultado no site da Receita Federal.

Etapa complementar – Inscrição municipal ou estadual (se aplicável)

  • Empresas prestadoras de serviço: inscrição municipal
  • Empresas do comércio ou indústria: inscrição estadual (via SEFAZ)
  • Verifique também necessidade de alvará de funcionamento junto à prefeitura

Dicas para quem está abrindo o primeiro negócio

Se você está emitindo seu primeiro CNPJ, algumas dicas podem facilitar o processo e evitar retrabalho:

  1. Verifique se você pode ser MEI
  • O MEI é ideal para quem atua sozinho e fatura até R$ 81 mil por ano
  • O cadastro é feito direto no portal gov.br/mei, de forma gratuita
  • É mais simples, sem necessidade de contador ou contrato social
  1. Escolha o CNAE corretamente
  • O CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) define o tipo de atividade da empresa
  • Escolher o código errado pode gerar problemas com a Receita, ISS ou ICMS
  • Consulte um contador para garantir o enquadramento certo
  1. Defina o melhor regime tributário
  • MEI, Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real?
  • Cada modelo tem impactos diferentes na carga tributária
  • O apoio de um contador pode otimizar impostos e evitar erros
  1. Planeje o endereço comercial
  • Pode ser residencial? Sim, em muitos casos — especialmente para prestadores de serviço
  • Algumas atividades exigem localização compatível com zoneamento urbano
  • Verifique com a prefeitura local se o seu endereço é permitido para aquela atividade

Leia agora: “Guia do novo empreendedor: tudo que você precisa saber”. 

Quais são os erros comuns ao emitir o CNPJ

Emitir um CNPJ é um passo importante, mas também cheio de detalhes que exigem atenção. Erros nessa fase podem gerar consequências futuras como pagamento indevido de tributos, bloqueio de notas fiscais, dificuldades para emitir alvarás e até problemas com a Receita Federal.

A boa notícia é que a maioria desses erros pode ser evitada com o mínimo de orientação e revisão. Abaixo, você verá os equívocos mais comuns e como não cometê-los.

Dados inconsistentes e regime tributário inadequado

Erros nos dados cadastrais

Um dos problemas mais frequentes na abertura do CNPJ são os dados inconsistentes. Isso inclui:

  • Nome do empresário ou sócios digitado incorretamente
  • Endereço comercial com CEP ou número errado
  • RG ou CPF inválido ou divergente
  • Informações divergentes entre Receita Federal e Junta Comercial

Esses erros podem levar ao indeferimento do DBE, atrasando o processo de abertura da empresa ou até gerando a necessidade de reiniciar etapas.

Dica: Antes de enviar qualquer formulário, revise todos os dados com atenção e, se possível, conte com a ajuda de um contador.

Escolha errada do regime tributário

Outro erro muito comum é optar por um regime tributário que não se aplica ao perfil da empresa. Isso pode gerar:

  • Pagamento de impostos mais altos do que o necessário
  • Incompatibilidade com a atividade da empresa
  • Problemas ao emitir notas fiscais (por exemplo, se a empresa estiver no Simples Nacional, mas presta serviços não permitidos nesse regime)

Regimes tributários mais usados:

Regime Indicado para Observações
MEI Autônomos e pequenos prestadores de serviços Faturamento até R$ 81 mil/ano
Simples Nacional Pequenas empresas (ME ou EPP) Unificação de tributos, mas com restrições
Lucro Presumido Empresas com margem de lucro previsível Pode ser vantajoso em alguns setores
Lucro Real Empresas maiores ou com lucros baixos Exige contabilidade completa

Atividades secundárias incompatíveis

Ao abrir um CNPJ, é necessário informar as atividades econômicas da empresa através dos CNAEs — tanto a principal quanto as secundárias. E é aqui que muitos cometem erros graves.

CNAEs conflitantes

Alguns empresários escolhem atividades que não têm relação entre si, o que pode gerar desconfiança da Receita Federal e complicar a emissão de licenças e alvarás.

Exemplo: uma empresa cuja atividade principal é “consultoria de marketing” e atividade secundária é “comércio varejista de alimentos”. Essa combinação pode levantar questionamentos sobre coerência operacional.

Atividades não permitidas para MEI

No caso de quem se registra como MEI, há uma lista limitada de CNAEs permitidos. Incluir uma atividade fora dessa lista descaracteriza o enquadramento e pode obrigar a migração para outro regime (como ME).

Dica prática: sempre consulte a Tabela de Atividades Permitidas para MEI ou o código CNAE correto no site do IBGE.

Omissão de atividades realmente exercidas

Alguns empreendedores deixam de incluir atividades secundárias que de fato realizam, seja por descuido ou falta de orientação. Isso pode gerar problemas com a fiscalização e impedir a emissão de nota fiscal correta para determinados serviços ou produtos.

Resumo prático: Para evitar erros na abertura do CNPJ:

  • Revise os dados cadastrais com atenção
  • Consulte um contador para definir o regime tributário ideal
  • Escolha CNAEs compatíveis com o que você realmente oferece
  • Verifique se suas atividades são permitidas para o tipo de empresa escolhido

O que acontece com quem não tem CNPJ e deveria ter?

Muitos profissionais e pequenos empreendedores começam suas atividades de forma informal, sem CNPJ, sem emissão de notas fiscais e sem registro junto aos órgãos competentes. Embora isso possa parecer mais simples no início, manter-se nessa situação a longo prazo traz sérias consequências legais, fiscais e comerciais.

Se você realiza atividades com caráter habitual e com fins lucrativos, a formalização é obrigatória. Ignorar essa exigência pode resultar em multas, restrições operacionais e até complicações com a Receita Federal.

A seguir, veja o que pode acontecer com quem atua sem CNPJ, mesmo estando legalmente obrigado a tê-lo.

Penalidades

A principal consequência de operar sem CNPJ é o risco de sofrer penalidades legais, que podem variar de acordo com o tipo e a extensão da atividade exercida de forma irregular.

As principais penalidades incluem:

  • Multas tributárias: a Receita Federal pode aplicar multas por ausência de registro e por sonegação de impostos.
  • Fiscalizações municipais e estaduais: prefeituras e órgãos fiscais podem autuar negócios informais, especialmente os que atuam em espaços públicos ou físicos.
  • Fechamento compulsório do negócio: em casos de reincidência ou atividade irregular, o empreendimento pode ser interditado.
  • Processos judiciais: atuar informalmente pode gerar ações civis e trabalhistas, especialmente se houver prestação de serviço ou contratação de terceiros.

Importante: mesmo quem trabalha de casa ou atende exclusivamente online pode ser autuado caso exerça atividade econômica regular sem registro.

Restrições

Além das penalidades legais, a ausência de CNPJ gera uma série de limitações práticas e comerciais que impedem o crescimento do negócio:

  • Impossibilidade de emitir nota fiscal: sem CNPJ, não é possível emitir nota fiscal eletrônica (NF-e), o que reduz drasticamente as chances de fechar contratos com empresas ou participar de plataformas como marketplaces e e-commerces.
  • Acesso restrito a crédito e serviços bancários: empresas informais não conseguem abrir conta bancária PJ, dificultando a organização financeira e o acesso a linhas de crédito com condições melhores.
  • Exclusão de licitações e contratos públicos: sem CNPJ, é impossível participar de licitações ou firmar parcerias com órgãos públicos — o que representa perda de grandes oportunidades comerciais.
  • Dificuldade de construir reputação: a falta de formalização prejudica a imagem profissional, transmite insegurança aos clientes e pode comprometer a confiança da marca no mercado.

Riscos fiscais

Do ponto de vista tributário, atuar sem CNPJ pode ser interpretado pela Receita Federal como sonegação fiscal, o que abre margem para sanções severas.

Possíveis riscos fiscais:

  • Cobrança retroativa de tributos (com juros e multa)
  • Inclusão na malha fina
  • Restrição no CPF do empreendedor (quando a atuação informal é vinculada à pessoa física)
  • Perda de benefícios fiscais que seriam possíveis com formalização (como o Simples Nacional)

Além disso, movimentações bancárias frequentes ou faturamento alto sem declaração podem acionar alertas de órgãos de controle fiscal, que monitoram a atividade financeira de pessoas físicas e jurídicas.

Exemplo real: um autônomo que fatura mensalmente com prestação de serviços e recebe por transferência bancária pode ser investigado se não houver declaração formal desses valores.

Conclusão

Como vimos ao longo deste conteúdo, a emissão do CNPJ é um passo essencial para quem deseja empreender de forma legal e estruturada no Brasil. Muito mais do que um número cadastral, o CNPJ representa acesso à formalização, segurança jurídica, credibilidade no mercado e liberdade para emitir notas fiscais, abrir conta PJ e crescer de forma sustentável.

Seja você um profissional autônomo, um pequeno empreendedor ou alguém planejando o primeiro negócio, entender quem precisa de CNPJ, quando ele é obrigatório e como emiti-lo corretamente é fundamental para evitar erros e se proteger contra riscos fiscais e operacionais.

Além disso, formalizar a sua atividade abre portas para oportunidades maiores, como parcerias com empresas, contratos públicos, crédito bancário e até mesmo a expansão da sua marca no mercado.

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